Primeiras Impressões | Criador de Personagem de Dune: Awakening
O aguardado Dune: Awakening, MMO de sobrevivência da Funcom, revelou recentemente seu Criador de Personagens, permitindo que os jogadores já comecem a moldar seus avatares antes do lançamento oficial em 20 de maio. Disponível gratuitamente no Steam, a ferramenta não só dá um gostinho da personalização do jogo, mas também levanta algumas questões interessantes sobre inclusão e representatividade no universo de Duna.
Personalização sem barreiras
Uma das primeiras coisas que chamam a atenção no Criador de Personagens é que, ao invés de uma seleção de gênero tradicional, os jogadores escolhem um “tipo de corpo” e podem customizá-lo livremente. Isso significa que não há restrições na escolha de características como voz, cabelo, maquiagem ou vestimenta. É possível, por exemplo, criar um personagem com um corpo masculino e aplicar um penteado longo ou uma voz tradicionalmente mais associada ao feminino — e vice-versa. Esse tipo de flexibilidade é um avanço em relação a muitos RPGs e MMOs que ainda limitam essas opções com base em seleções binárias.
Outro ponto positivo é a variedade de customizações disponíveis. O jogo oferece diferentes tons de pele, incluindo variações mais realistas e opções como vitiligo, algo ainda raro nos criadores de personagens da indústria. As opções de tatuagens, cicatrizes e maquiagem também ampliam as possibilidades de expressão dos jogadores.
A Bene Gesserit aceita qualquer um?
Um detalhe interessante que chamou a atenção durante os testes foi a possibilidade de selecionar qualquer facção, independentemente da aparência do personagem. Na lore original de Duna, a irmandade Bene Gesserit é composta exclusivamente por mulheres, mas no Criador de Personagem de Dune: Awakening é possível escolher essa ordem mesmo ao criar um personagem com um corpo masculino. Não está claro como isso afetará a narrativa do jogo — se essa escolha será reconhecida de alguma forma pelos NPCs ou terá impacto no gameplay. No entanto, só o fato de não haver barreiras para essa seleção já é um avanço notável.
Inclusão, mas até onde?
Ainda é cedo para dizer o quão inclusivo Dune: Awakening será de fato quando o jogo for lançado. A franquia Duna, tanto nos livros de Frank Herbert quanto nas adaptações cinematográficas, nunca teve uma presença LGBTQ+ muito marcante, então resta saber se essa flexibilidade na criação de personagens será refletida também na história e nas interações dentro do jogo.
De qualquer forma, esse primeiro contato com a ferramenta de personalização já indica uma tentativa de abrir espaço para mais diversidade. Para um jogo baseado em uma das maiores obras de ficção científica de todos os tempos, essa abordagem mais inclusiva pode ser um passo importante para tornar o universo de Arrakis mais acessível a um público variado.
Se isso se traduzirá em uma experiência verdadeiramente representativa ou se será apenas uma liberdade mecânica sem grande impacto narrativo, só o tempo dirá. Mas, por enquanto, é bom ver que Dune: Awakening permite que qualquer pessoa entre na areia e crie um personagem que se encaixe melhor com sua própria identidade.