A primeira vez que li sobre Rainbow Billy: The Curse of the Leviathanda ManaVoid e Skybound Games, notei que o jogo trazia uma premissa interessante e ainda dentro de uma arte incrível que lembra desenhos do canal Cartoon Network que fez parte da minha infância, mas não esperada toda a profundidade e qualidade em termos de história o jogo traria, ainda dentro de uma gameplay interessante e personagens muito carismáticos.

O Mundo da Imaginação

Rainbow Blly é um jogo de plataforma 2.5D que mistura elementos de RPG, combates por turno, quebra-cabeças e até captura de monstros (ou melhor, amizade com monstrinhos). Sua estética meio desenho animado estilo Laboratório de Dexter, meio Paper Mario é um charme a parte, já que ele também traz elementos de comédia e carisma presentes nos desenhos e no RPG do encanador da Nintendo.

E mais que isso, todo esse carisma cartunesco, desde ambientes a personagens, é pano de fundo de uma bela história sobre trazer a cor de volta ao Mundo da Imaginação usando o poder da empatia e aceitação para fazer amigos e lidar com as mudanças.

Temas como positividade, empatia, inclusão, diversidade e problemas mentais rodeiam esta história sincera de amadurecimento e são base para criar laços entre seu personagem e as criaturas que ele “enfrenta” tentando trazer de volta a cor não só no mundo, mas também no coração de cada um.

Leviathan é o grande vilão da história que resolve tirar toda a cor do mundo de Billy, e então você deve partir atrás do grande dragão, junto do seu fiel amigo Rodrigo (uma vara de pescar falante com várias habilidades úteis) e seu barco Friend-Ship, para enfrentar os perigos sem cor que Leviathan trouxe ao mundo para assim poder recuperar as cores dele.

As Cores da Empatia

Quando você encontra uma criatura no mundo descolorido você pode trazer cor àquele pedaço da região ao “vencer” seu oponente, mas o combate aqui é totalmente único e, até você realmente pegar o feeling dele, um pouco complicado. Mas não complicado como o de Little Town Hero que te afasta do jogo, é complicado até você entender como funciona, mas ai se torna interessante.

Cada bichinho que você vira amigo durante sua jornada vai funcionar como um token colorido para enfrentar um novo inimigo. Quando você encontra esse inimigo, você deve ouvir o que o perturba, o que aflige ele, e ao conversar da melhor maneira com ele, empática e amigavelmente, você pode descobrir algumas cores desse inimigo até então descolorido. Com as cores descobertas você pode escolher o personagem que vai poder colori-las com a cor correspondente e ao completar minigames você tem a chance de colorir essas formas até colorir o inimigo totalmente.

Além disso cada personagem pode ter até três cores diferentes para colorir, você pode dar presentes, que você acha enterrados ou pesca nas fases, e peixes, que você pesca durante suas viagens de barco, para seus novos amigos, dependendo do que eles gostam, para aumentar essa quantidade de cores. Cada um também tem habilidades especiais, como chamar um amigo para “lutar” junto ou aumentar sua moral (basicamente sua barra de vida) quando utilizados na batalha.

Os minigames também são detalhes a parte, com alguns mais complicados como apertar certos botões no tempo certo ou até um Arkanoid com estrelas. E sei que explicando assim parece bastante complicado, mas após a primeira impressão surpresa, você facilmente pega o jeito da coisa e começa a montar estratégias incríveis para conseguir colorir a vida desses bichinhos.

Um Mundo Mais Colorido

O grande trunfo desse jogo é seu combate baseado em empatia e conversa, o que, para nós brasileiros, não se torna a melhor função do jogo já que ele não apresenta legendas em português. Como o combate e a descoberta das cores do inimigo vem da sua resposta e conversa com ele a partir do que ele falou, sem o básico (e as vezes até o intermediário) de inglês, fica mais complicado avançar nessa parte para poder colorir esse mundo.

O mundo também esconde alguns detalhes, apesar de ser bem produzido, carismático, com uma trilha mediana para boa com um delicioso, mas sutil tempero de trilha de desenho animado, é difícil se locomover por vezes nele, e as plataformas precisas por vezes dificultam seu avanço.

Com a câmera estática durante as fases na terra e a estética cartunesca as vezes é complicado calcular alturas e pulos corretos para explorar o mapa. Durante as viagens de barco é possível mover a câmera, mas apenas para os lados o que frusta um pouco a viagem.

Mas no geral Rainbow Billy: The Curse of the Leviathan traz uma experiência única, uma aula incrível e bem desenhada sobre amizade, respeito ao próximo e o poder da empatia. Recheado de carisma, personagens emblemáticos e toda aquela vibe de um desenho divertido de sábado de manhã, o jogo custa R$112,45 e te prende, apresenta uma gameplay variada, criaturas fofas, um mundo grande e diversificado e, se seu inglês for bom, te faz pensar muito sobre empatia e amor ao próximo.

Rainbow Billy and the Curse of the Leviathan
Veredito
Carismático, cheio de vida e gameplay variada, Rainbow Billy não traz só cor ao mundo do jogo, traz cor no coração de quem joga. É uma aula incrível sobre empatia e amor ao próximo.
História/Conceito
9.5
Gameplay
9.2
Diversão
9.4
Design
8.5
Som/Trilha
7.7
Prós
Ótima e variada gameplay
Personagens muito carismáticos
Vibe incrível de desenho animado
Lições sobre empatia e amor ao próxima são perfeitas e naturais
Opções de acessibilidade para daltonismo, dislexia e mais
Recheado de monstrinhos para conhecer
Contras
Plataformas e câmera por vezes se atrapalham
Combate pode assustar de primeira
A tradução em português faz muita falta aqui
8.9
Divertido e Colorido

[Nota do Editor: Rainbow Billy: The Curse of the Leviathan foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Sandbox Strategies. Postado originalmente no Project N]