Link é um ícone de gênero neutro

E isso quem afirma é o próprio produtor da série The Legend of Zelda: Eiji Aonuma.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é mais um sucesso estupendo da Nintendo e a sequência tão aguardada de The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Jogo do Ano de 2017. Com a chegada muito aclamada pela mídia e pelos fãs da franquia, o jogo traz novamente o silencioso protagonista Link em uma nova aventura pelas terras (e agora pelos céus e pelo subterrâneo) do Reino de Hyrule. E mais uma vez a caracterização do personagem tem sido pauta aqui e ali pelos jogadores da comunidade. Mas seja canonicamente ou em reafirmações pelo produtor da série, uma coisa é certa: Link é um ícone de gênero neutro.

Apesar de ser ‘definitivamente um homem’, em uma entrevista para a Revista Time de 2016, antes do lançamento de Breath of the Wild, intitulada “Próximo Link pode não ser uma menina, mas ele é andrógino por design“, Eiji Aonuma comenta sobre a neutralidade de gênero, ou androginia, do personagem em sua concepção:

Na época de Ocarina of Time, eu queria que Link fosse neutro em termos de gênero. Eu queria que o jogador pensasse ‘Talvez Link seja um menino ou uma menina’. […] Se você visse Link como um homem, ele teria um toque mais feminino. Ou vice-versa, se você se relacionava com Link como uma garota, era com um aspecto mais masculino. Eu realmente queria que o designer abrangesse mais uma figura de gênero neutro. Então, sempre pensei que, tanto para os jogadores femininos quanto para os masculinos, eu queria que eles pudessem se relacionar com Link.”

“Durante o desenvolvimento de Twilight Princess, eu segui um caminho diferente e criei uma versão de Link que era mais masculina. Mas depois de Twilight Princess eu voltei para a prancheta e decidi que Link deveria ser um personagem mais neutro em termos de gênero. […] Por isso criei a versão do Link que você vê em Breath of the Wild. No que diz respeito ao gênero, Link é definitivamente um homem, mas eu queria criar um personagem em que qualquer pessoa pudesse se relacionar. Então é por isso que acho que correu o boato de que Link poderia ser uma mulher. Porque talvez os usuários pudessem se relacionar dessa forma.”

Eiji Aonuma

Além das piadas e da confusão de muitos em chamar o personagem principal de Zelda (pelo nome da franquia), a androginia do Herói de Hyrule e o tom de pele e cabelo semelhante ao da princesa tornam fácil confundir os dois, claro, se você não souber o mínimo da história básica dos jogos The Legend of Zelda.

Link também não é o único dos dois com expressões de gênero ambíguas ou diversas. A princesa Zelda se apresenta como um alter-ego masculino, Sheikah Sheik, durante a maior parte de Ocarina of Time, complementando apropriadamente a androginia de Link naquele jogo com uma apresentação diferente dela.

Tanto o herói ou a princesa titular flertam com a mistura e neutralidade de gênero ou apresentação deles, com Link tendo a confirmação de um dos produtores da série de sua pretendida androginia. Mesmo seu gênero hoje estar mais afirmado, a concepção e evolução mostram que Link e até mesmo a princesa Zelda, assim como diversos personagens em aventuras em jogos japoneses, têm essa neutralidade para conseguir atingir e ter identificação com quem quer se seja o jogador comandando o personagem em sua jornada.

Fonte: Gayming Mag

Autor /

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.

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