Pokémon Gold & Silver | A batalha dos gêneros e a vantagem masculina dos IVs

E lá vamos nós falar mais uma vez sobre gêneros no universo Pokémon. Na última coluna falamos sobre uma sutil representação LGBTQ+ em Mystery Dungeon, agora falaremos sobre a introdução do gênero na franquia e como isso trouxe um machismo velado e também sutil ao jogo.

Hoje, dia 21 de novembro, marca a data do lançamento da primeira sequência do aclamado jogo de Game Boy dos monstrinhos de bolso: Pokémon Gold & Silver foram lançados em 21 de novembro de 1999 no Japão para o portátil Game Boy Color. Chegando nos Estados Unidos em 16 de outubro do ano seguinte e na Europa em abril de 2001. E além de trazer um mundo novo a franquia, novos monstrinhos, trouxe também mecânicas novas, como novos tipos de Pokémon, breeding e os gêneros (apesar de já termos Nidoran e Nidoran ♂ na primeira geração, essa é a primeira vez que gênero têm papel importante na franquia e podem ser incluídos dentro da mesma espécie, sem separar as entradas da Pokédex). Então assim alguns Pokémon poderiam ser machos, outros fêmeas dentro da maioria das espécies – exceto as espécies de gênero único (como Miltank) ou gênero desconhecido (como Magnemite).

E como fazer a determinação do gênero dentro do código de um jogo? É aqui que entra aquele pequeno machismo estrutural e a batalha dos gêneros que sempre é ‘vencida’ pelo homem. Segundo o site Bulbapedia, nesta segunda geração do game, “o gênero de um Pokémon é determinado com base apenas no seu IV de Ataque Físico quando comparado à sua proporção de gênero. Um Pokémon é feminino se seu IV de Ataque Físico for menor ou igual à proporção de gênero de sua espécie, caso contrário, será masculino.” Isso somente para espécies que possuem gêneros determinados, Pokémon de gênero desconhecido ou espécies com exclusivamente um gênero, esse cálculo é ignorado.

Portanto, neste sistema, não é possível ter um Pokémon fêmea com um valor elevado de ataque físico, exceto se pertencer a espécies exclusivamente femininas como Jynx ou Chansey. Para Pokémon iniciais e outros com uma desproporção de gênero de sete machos para cada fêmea, a limitação é ainda mais severa. O valor máximo de IV para Ataque Físico para uma fêmea dessas espécies é apenas 1. De caso pensado, ou não, a questão é que em espécies que tem machos e fêmeas, sempre o macho terá ataque físico mais forte, nunca uma fêmea seria mais forte do que um macho para aquele Pokémon.

Felizmente esse método de cálculo e indicação de gênero só ocorre na segunda geração, a partir da terceira, com Pokémon Ruby & Sapphire o método que determina o gênero de um Pokémon já é outro. E assim tiramos o machismo da sala e Pokémon fêmeas também poder ter ataques tão altos quanto os machos.

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O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.

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