Review | ÁRIDA: Backland’s Awakening

ÁRIDA: Backland’s Awakening, do estúdio baiano Aoca Game Lab, é uma daquelas belas surpresas que encontramos quando damos uma chance à indústria de games nacional – que todos deveriam dar mais valor, sem dúvidas! O jogo mistura exploração, crafting, gerenciamento de recursos e missões dentro de uma bagagem histórica da guerra de Canudos do final do século 19 no sertão da Bahia.

Aqui estamos na pele de Cícera, uma jovem que vive com seu avô e que por conta da seca, vai sair em uma jornada que seus pais também fizeram algum tempo atrás: ir em busca de um novo povoado que está sendo bastante falado pela região: Canudos. Nessa primeira jornada, ela explora uma área gerenciando a pouca água que encontra, conhecendo a vizinhança já vazia mas com algumas caras conhecidas da sua família e completando missões para se preparar para a aventura.

O palco do jogo é a história e a cultura do sertão brasileiro daquela época, representada lindamente pelas mãos do historiador Filipe Pereira que é também o desenvolvedor do jogo. As casas, a ambientação, os colecionáveis, tudo remonta realmente daquele período da história brasileira e mesmo trazendo uma casca de design rústica entrega toda uma imersão naquele momento do passado.

O jogo ainda traz uma música sutil e uma jogabilidade bastante interessante e que te convida a participar da história. O gerenciamento de recursos, armadilhas que você pode criar para pegar animais e ter comida, o crafting, a exploração, tudo aqui te convida para conhecer aquele mundo e ao mesmo tempo é uma jogabilidade interessante, não sendo apenas um jogo educativo. Essa versão ainda traz melhorias quanto a primeira lançada somente para PC, com novos itens, novas áreas, novos modos de dificuldade e mais.

O jogo é curto, mas também é realmente barato e vale a pena pela bagagem histórica que tem (e não tem uma gameplay chata ou desinteressante que nos afasta de jogos de ‘história’) e funciona muito bem para te colocar no mundo que será expandido com a chegada de Árida 2: Rise of the Brave em 2025 que traz uma história que acontece logo após este game, ainda com novas mecânicas e personagens, e já com versão de Xbox garantida no lançamento.

ÁRIDA: Backland’s Awakening é mais do que um jogo, é uma imersão cultural no sertão brasileiro e em um dos capítulos mais marcantes da história do país. A Aoca Game Lab conseguiu capturar a essência do final do século XIX com autenticidade, oferecendo um gameplay simples, mas envolvente. Para quem busca uma experiência única, educativa e, ao mesmo tempo, divertida, este título é um marco importante na indústria de games nacional.

ÁRIDA: Backland’s Awakening
Veredito
Com ÁRIDA: Backland’s Awakening, a Aoca Game Lab entrega um jogo que mistura história e jogabilidade de forma encantadora. Embora curto e com limitações, ele se destaca pela bagagem cultural e imersão no sertão brasileiro, tornando-se uma experiência indispensável para quem valoriza histórias locais e quer apoiar a crescente indústria de games nacional. É um convite a conhecer mais da nossa cultura, enquanto se diverte com uma jogabilidade bem estruturada e acessível.
História/Conceito
100
Gameplay
90
Diversão
90
Design
80
Som/Trilha
80
Prós
Cenário autêntico
Jogabilidade interessante
Modos de dificuldade
Preço acessível para a qualidade e bagagem cultural oferecida
Representação fiel do sertão brasileiro e do contexto histórico de Canudos
Contras
Trilha sonora simples
Duração curta
O visual pode não agradar quem busca gráficos mais refinados
Serve mais como introdução ao universo do que como um jogo completo
88

[Nota do Editor: ÁRIDA: Backland’s Awakening foi analisado a partir da sua versão para Xbox Series S. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Aoca Game Lab para avaliação.]

Autor /

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.

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