Review | GYLT

Há um certo subgênero dentro do terror que ficou muito conhecido no cinema por conta do diretor Tim Burton, esse terror mais alegórico, fantasioso e extravagante também dá o tom a diversos jogos por ai. Jars, Tohu, Little Nightmares, Darq são alguns nomes que podemos citar. Em 2019 um jogo com essa vibe tim-burtonesca foi lançado exclusivamente para Google Stadia: GYLT, da desenvolvedora e publisher Tequila Works, e agora o jogo chega hoje, 6 de julho, para PC via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S|X.

O Mundo de GYLT

GYLT coloca você no papel de Sally em uma estranha cidade mineradora em Maine que ainda busca sua prima Emily que desapareceu há um mês. Após um encontro que deu errado com uns garotos ruins do colégio que fazem bullying com a menina, ela pega o bondinho para tentar chegar em casa. No entendo, ela chega em uma versão mais assustadora e melancólica da sua cidade, tomada por criaturas medonhas, mas sinais de sua prima.

Resta a você, engatinhar pelos cantos, fugir e combater as criaturas e desvendar os mistérios desse lugar enquanto tenta encontrar sua prima perdida. Aqui as criaturas são como alegorias de temores e terrores da vida de uma criança e a jogabilidade traz perfeitamente essa aura de terror alegórico. É um jogo que tem um carinho e dedicação aparentes.

Sally e Emily

A história das duas primas nesse mundo sombrio se entrelaça com uma jogabilidade que muitos jogos conseguem fazer bem e muitos não. Aquela jogabilidade com uma progressão de dificuldade muito bem trabalhada, que evolui o mundo ao passo que você evolui nas habilidades do jogo. O gênero de stealth ou furtividade também casa demais com a aura do game, sua estética e história. Os gráficos estão bons e mesmo em ambientes muito escuro é possível jogar sem problemas e superar os desafios do medo impostos pela ambientação.

A ambientação também é reforçada com os sons e efeitos sonoros, principalmente dos monstros tornando-os bem mais assustadores. Seu objetivo aqui é descobrir o que aconteceu com sua prima que estava desaparecida há um mês e agora está nesse mundo misterioso que você acaba de cair também, e tudo isso fugindo dos monstros pelo canto e usando seus poucos recursos para combatê-los se assim necessário. No entanto, pela gameplay e gênero o jogo pode parecer um pouco linear demais para alguns jogadores que prefere explorar mais as coisas do jeito que gostam, mas a história vale a pena.

O Fim do Pesadelo

GYLT traz um mundo interessante, curioso e assustador, com monstros caricatos e alegóricos, mas que não deixam de ser horripilantes, mas o trunfo maior do jogo é a história, a relação entre as crianças e o mundo ao seu redor, a relação entre os sentimentos das primas, e com as coisas ruins do mundo. É uma jornada que pode pegar em algum ponto fraco de cada um de nós, mesmo que vejamos apenas malignos monstros irreais, o sentimento é real e é um jogo incrível.

GYLT
Veredito
A vibe tim-burtonesca e aventura stealth neste mundo macabro bem construído é um prato cheio a fãs do gênero, da estética ou de jogos rápidos com histórias interessantes. GYLT é uma experiência necessária.
História/Conceito
10
Gameplay
9
Diversão
9
Design
9
Som/Trilha
8
Prós
Vibe tim-burtonesca bem trabalhada
Mundo criado com muito carinho aos detalhes
Jogabilidade fácil e divertida
Legendas em português
Contras
Pode ser muito linear para alguns jogadores
9

[Nota do Editor: GYLT foi analisado a partir da sua versão para Xbox Series S. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Golin para avaliação.]

Autor /

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.

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