Review | SOPA: Tale of the Stolen Potato

SOPA: Tale of the Stolen Potato é um daqueles jogos que aquecem o coração antes mesmo de você perceber. Desenvolvido pelo estúdio colombiano StudioBando, o jogo é uma aventura narrativa em 3D que mistura fantasia, cultura latino-americana e um toque de magia emocional no estilo Pixar. É o tipo de jogo que te faz rir, pensar e, em alguns momentos, lembrar da infância, especialmente das histórias e tradições que herdamos da família.

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Um garoto, uma avó e uma sopa mágica

A jornada começa de forma simples: Miho, um menino relutante em ajudar a avó a fazer sopa, entra na despensa para buscar uma batata e acaba sendo puxado para um mundo mágico. Lá, ele deve recuperar os ingredientes roubados por uma estranha criatura e, a cada retorno à cozinha, algo muda, Miho cresce um pouco, e sua avó envelhece.

Essa passagem do tempo é o coração da narrativa. É uma metáfora sutil sobre amadurecimento, sobre o peso do tempo e a força do amor familiar. O jogo fala sobre tradições, sobre cuidar de quem nos criou e sobre como até as pequenas tarefas, como fazer uma sopa, podem carregar memórias e afeto.

Inspirado por A Viagem de Chihiro, O Pequeno Príncipe e Viva – A Vida é uma Festa, SOPA tem alma, e ela pulsa em cada diálogo, cada cenário e cada nota da trilha sonora.

Um mundo colorido, divertido e cheio de sabor

Visualmente, o jogo é lindo. A direção de arte mistura traços de Disney/Pixar com paletas vibrantes e cenários inspirados em paisagens latino-americanas, desertos místicos, vilarejos cheios de música e criaturas falantes com sotaque e carisma.

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Os personagens são encantadores, e é impossível não se apegar a figuras como Celia, a vaca filósofa, e Jellyman, uma criatura marinha tão esquisita quanto adorável. Cada um tem personalidade, e o humor leve permeia toda a aventura.

Os puzzles são simples, mas bem pensados: sempre lógicos dentro da imaginação de uma criança. Pequenos desafios de observação, raciocínio e ritmo se intercalam com momentos de exploração e diálogos tocantes.

A simplicidade é seu maior charme e também seu limite

Apesar de encantador, SOPA tem seus tropeços. A movimentação e a câmera, em alguns momentos, poderiam ser mais polidas, há trechos em que subir ou descer plataformas exige paciência. Também não há localização em português do Brasil, apenas inglês e espanhol, o que pode afastar parte do público brasileiro.

A jogabilidade é funcional, mas simples, e o ritmo mais calmo pode não agradar quem busca ação ou sistemas complexos. Ainda assim, fica claro o cuidado da equipe em criar algo feito com amor, e essa sinceridade é o que mais brilha.

Um conto latino sobre crescer e lembrar

Mais do que uma aventura, SOPA é uma homenagem às nossas origens. É um jogo sobre o poder das memórias, da comida, da família e da cultura. Há algo de universal e profundamente latino em sua mensagem: crescer é inevitável, mas guardar o sabor das nossas raízes é uma escolha. Com cerca de 10 horas de duração, é uma jornada curta, doce e emocionante, daquelas que terminam com um sorriso e talvez um nó na garganta.

SOPA: Tale of the Stolen Potato
Veredito
SOPA: Tale of the Stolen Potato é uma carta de amor à infância, às avós e às tradições que nos moldam. Mesmo com pequenas imperfeições técnicas, é impossível não sentir o coração do StudioBando pulsando em cada detalhe. É um jogo latino, bonito e cheio de alma, daqueles que aquecem o peito como uma boa sopa em dia frio. Um conto mágico com o sabor das nossas raízes.
História/Conceito
90
Gameplay
90
Diversão
90
Design
85
Som/Trilha
85
Prós
História emocionante e repleta de simbolismo familiar
Direção de arte encantadora, com visuais dignos de um filme da Pixar
Representatividade latina autêntica e afetuosa
Puzzles simples, mas criativos e bem integrados à narrativa
Trilha sonora aconchegante
Contras
Pequenos problemas de câmera e movimentação
Ausência de localização em português do Brasil
Ritmo lento pode não agradar a todos
Preço um pouco alto para o tempo de jogo
88

[Nota do Editor: SOPA: Tale of the Stolen Potato foi analisado a partir da sua versão para Xbox Series S. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Press Engine para avaliação.]

Neto Verneque

Autor /

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.

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