Review | Two Point Museum

Sou um grande fã da série Two Point e acompanho de perto todos os seus lançamentos e DLCs desde Two Point Hospital. Quando tive a oportunidade de jogar uma versão inicial de Two Point Museum durante a BGS no ano passado, minha expectativa para o lançamento só aumentou. Agora, com o jogo finalmente disponível, posso afirmar sem hesitação: este é o melhor título da franquia até o momento.

A transição do gerenciamento hospitalar e universitário para a administração de um museu trouxe novas mecânicas, desafios e, claro, aquele humor característico que tornou a série tão cativante. Two Point Museum expande as possibilidades criativas, permitindo que os jogadores construam e gerenciem exposições icônicas, lidem com visitantes curiosos e enfrentem desafios inusitados que só a Two Point Studios poderia imaginar.

Espero que, com esse novo título, a série Two Point se consolide de vez como uma das mais divertidas no gênero de simulação e que possamos ver novos projetos no futuro. Um Two Point Hotel seria uma escolha natural, mas também consigo imaginar um Two Point Park, onde gerenciaríamos um parque de diversões caótico, ou até mesmo um Two Point Mall, onde lidaríamos com lojas, segurança e consumidores impacientes. As possibilidades são infinitas, e Two Point Museum prova que a franquia ainda tem muito espaço para crescer.

Design e Criatividade

O coração do jogo está na liberdade de criar o impossível. As ferramentas de construção são intuitivas, permitindo que você misture temas como pré-história, aquário, sobrenatural, ciência e espaço sem medo de parecer ridículo (aliás, o ridículo é o objetivo). Imagine uma sala de “História Natural” onde turistas tiram selfies com exposições interativas e inusitadas… É assim que o jogo brilha: na celebração do nonsense, sempre com um humor afiado que satiriza tanto a cultura dos museus quanto nossa obsessão por experiências “instagramáveis”.

A Two Point Studios domina a arte de transformar o mundano em hilário. Os diálogos são cheios de trocadilhos, e durante a gameplay é possível ver diversas situações e comportamentos dos visitantes, transformando tudo em puro ouro. Até os problemas de IA (como funcionários presos em portas) viram piadas, não frustrações. É um jogo que não se leva a sério — e é exatamente por isso que funciona.

Além disso, o jogo apresenta uma direção artística vibrante, com um estilo cartoon repleto de detalhes cômicos que enriquecem a experiência visual, tornando cada visita ao museu uma festa para os olhos. A trilha sonora complementa perfeitamente o ambiente, com melodias que enriquecem a jogatina, criando uma atmosfera imersiva e envolvente. Esses elementos combinados fazem de Two Point Museum não apenas um jogo de gestão, mas uma celebração audiovisual que mantém o jogador entretido enquanto explora as inúmeras possibilidades criativas oferecidas.

Jogabilidade Acessível (Mas Viciante)

Não se engane pela aparência cartoonizada: há profundidade aqui. Gerenciar funcionários , equilibrar finanças e expandir salas é desafiador, mas sem a complexidade intimidante de outros simuladores. A progressão é satisfatoriamente gradual — desbloquear novas exposições mantém a motivação alta. Claro, há um grind para expandir, mas é recompensador ver seu museu bizarro ganhar vida, especialmente quando visitantes começam a formar filas enormes para entrar.

Comparação com os Antecessores

Se Two Point Hospital era sobre salvar vidas com máquinas sem sentindo algum, aqui é sobre criar cultura com absurdos. A mudança de tema renova a fórmula: em vez de curar doenças, você “cura” o tédio humano com excentricidades. Não espere revoluções mecânicas, mas sim uma evolução natural — mais polido, mais ambicioso e com uma trilha sonora que gruda no cérebro.

Vale ressaltar que diferente dos jogos anteriores que possuíam desafios mais focados em eficiência e otimização, este novo título incentiva um estilo de jogo mais descontraído, onde a criatividade e o humor são as principais engrenagens. Apesar de manter a estrutura clássica da franquia, Two Point Museum oferece uma variedade de mecânicas novas, como a personalização detalhada das exposições e um sistema de exploração que permite aos jogadores enviar equipes em busca de artefatos.

Conclusão

Two Point Museum é como um passeio num parque de diversões onde todas as regras da lógica foram abandonadas. É ideal para quem quer desligar o cérebro e se perder em construções criativas, sem pressão por eficiência máxima. Apesar disso, a interface pode soar confusa em alguns momentos, especialmente no início do jogo, quando não estamos acostumados. Por ter sido inicialmente pensado para PC, exige um pouco de atenção para conseguir acessar os menus da maneira correta. Se você curtiu o charme de Two Point Hospital ou do Two Point Campus e ama simuladores com personalidade (e uma dose de sátira), este jogo merece um lugar na sua coleção. Afinal, quantos museus no mundo permitem você exibir uma “casa de vidro” no melhor estilo BBB com espíritos vivendo dentro como atração principal?

Two Point Museum
Veredito
Em suma, Two Point Museum reafirma o talento da Two Point Studios em transformar o ordinário em algo absurdamente divertido. Com mecânicas criativas, um humor afiado e liberdade para construir o impossível, o jogo eleva a franquia a um novo patamar. Mesmo com uma interface que pode parecer confusa no início, a experiência compensa com desafios envolventes e um carisma inegável. Para fãs de simuladores e do estilo caótico da série, este é um passeio que vale cada minuto — e deixa a expectativa de que ainda há muito espaço para a franquia crescer.
História/Conceito
90
Gameplay
90
Diversão
100
Design
100
Som/Trilha
90
Prós
Criatividade sem limites – As ferramentas de construção permitem combinações absurdas e hilárias, incentivando a imaginação.
Humor característico da franquia – Trocadilhos, situações inusitadas e diálogos afiados garantem momentos cômicos constantes.
Progressão envolvente – O desbloqueio gradual de novas exposições e desafios mantém o jogo sempre interessante.
Interatividade com as exposições – Visitantes e funcionários reagem de formas divertidas ao que você cria, tornando o museu mais vivo.
Acessível, mas com profundidade – Fácil de aprender, mas oferece desafios estratégicos sem ser excessivamente complexo.
Contras
Interface pode ser confusa no início – Especialmente em consoles, acessar menus e ferramentas pode parecer um pouco desajeitado.
IA ocasionalmente problemática – Funcionários podem ficar presos ou agir de forma estranha, o que às vezes frustra a gestão.
O progresso pode se tornar repetitivo em alguns momentos - A expansão do museu exige mais paciência e gerenciamento financeiro para evoluir.
94

[Nota do Editor: Two Point Museum foi analisado a partir da sua versão para o Xbox Series X. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Theo Games para avaliação.]

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