Review | Adore

Um pouco de roguelike, uma pitada de Pokémon, açúcar e tudo o que há de bom. Talvez essa foi a fórmula inicial de Adore, um jogo brasileiro que mistura aventura de combate gerada proceduralmente com criação e coleção de monstrinhos. Lançado em 3 de agosto para PC via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e Nintendo Switch, o jogo da desenvolvedora Cadabra Games, de Mato Grosso do Sul, e da publisher QUByte Interactive traz essa mistura interessante que é um prato cheio para fãs de ambos os gêneros, ou mesmo de nenhum.

Assim como Cult of the Lamb que traz elementos de simulação e gerenciamento em um mundo roguelike, aqui a pitada de tempero fica a cargo de uma bem trabalhada criação e coleção de monstros que te ajudam na sua jornada. Sem dúvida traz muito das coisas boas de ambos os gêneros e de outros, com algumas pedrinhas no caminho, mas é uma jornada e tanto para ser o Grande Mestre – ops, franquia errada – Adorador desse universo.

Um Adorador e Seus Monstrinhos

No início, o mundo de Gaterdrik foi criado por Arc… Draknar, o Deus das Criaturas, mas agora ele está morto pelo seu arqui-inimigo Yxer que colocou uma maldição para se espalhar no mundo. Mas parece que um pedaço da alma de Draknar habita em você, Lukha, o personagem principal dessa jornada. E resta a você se aventurar por este mundo e seus biomas para salvar o reino de Gaterdrik.

Durante o seu caminho, você vai conhecer, capturar e batalhar junto com criaturas cheias de poderes mágicos, em locais gerados proceduralmente que garantem itens para você ir evoluindo para conseguir combater a grande ameaça que é Yxer. Esse mundo é habitado por 40 diferentes criaturas que são divididas em cinco categorias mágicas dependendo de sua inclinação: Nature, Arcane, Beast, Mystic e Dragon. O jogo traz um sistema único de captura em que você deve ficar em uma área específica durante um tempo para capturar e um sistema interessante de montagem de equipe para te ajudar na jornada.

Você pode escolher até quatro criaturas que vão ajudar você em cada partida da jornada explorativa pelas regiões de Gaterdrik. É possível upar o nível de suas criaturas e melhorar seus ataques com sinergia entre elas. A estratégia fica a cargo de cada jogador escolhendo as melhores vantagens entre seus monstrinhos, e isso é um dos pontos altos desse jogo. Realmente é interessante você parar e montar seu time, decidir seus bônus, vantagens e sinergias para sair a cada jornada com as melhores opções.

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Algo que sempre me deixa desapontado com cópias e adaptações de Pokémon é a falta de carisma das criaturas e a falta de unicidade do jogo que sempre parece uma cópia. Adore, no entanto, foge desse lugar comum, trazendo criaturas até que carismáticas e com as quais você se apega, além de ter uma mecânica diferente ao ponto de não ser comparado a maior franquia de captura de monstros do universo gamer.

Adore traz uma mecânica interessante que deixa o gênero de roguelike interessante, montar seu time e capturar novas criaturas é uma tarefa muito boa no jogo, e descobrir os segredo desse novo mundo também. Mesmo que por vezes a jornada pareça se arrastar e entregar poucos itens por cada jogatina. E aqui é um dos pontos fracos do jogo, por vezes você sente que não é recompensado o bastante por cada vez que sai em uma expedição. Além de a música ser repetitiva a um ponto que pode a deixar chata ao ouvido, as trilhas poderiam ser melhor trabalhadas.

Conclusão

Uma boa dose de dois gêneros de game diferentes trazem um respiro de vida e muita personalidade a este jogo nacional que apenas peca com uma trilha chata e uma progressão que por vezes não parece valer a pena. Apesar de algumas pedras no caminho, descobrir o universo de Gaterdrik, se apaixonar por criaturas cativantes, criar um time forte e cheio de sinergia e sair em busca dos mistérios dessa terra, de mais criaturas e de melhorar cada vez mais o seu time, fazem de Adore uma escolha certeira para passar horas e horas jogando.

Adore
Veredito
Um ótimo game nacional que traz o melhor de dois gêneros diferentes em um mundo mágico e interessante, mesmo com uma trilha ruim e a aparente pouca bonificação em cada partida, ainda é uma ótima pedida.
História/Conceito
90
Gameplay
90
Diversão
90
Design
90
Som/Trilha
65
Prós
Criaturas carismáticas
Ótima mistura de roguelike com captura de monstros
Arte bem trabalhada
Mecânicas interessantes
Contras
Poucas criaturas
Música pode ser repetitiva e cansativa
Pode parecer pouca recompensa pelo trabalho em cada jornada
85

[Nota do Editor: Adore foi analisado a partir da sua versão para Xbox Series S. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Press Engine para avaliação.]

Neto Verneque

Autor /

O corpo do Mario. A sociabilidade do Link. A fome do Kirby. E tão vencedor na vida quanto o Ash Ketchum.

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